sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Conto inacabado...


“Vai depender em que verbo você conjuga o meu ser.”

E com essa frase ela iniciou o seu estado contemporâneo de fúria, não permitindo que viesse de mim, nem uma vírgula sequer que reestruturasse o seu diálogo diacrônico. Levantou-se do sofá e colocou-se frente a janela, ainda com suas indagações esquizofrênicas que me adentravam os ouvidos e perfuravam minha alma obsoleta.

Soltou mais um de seus resquícios verbais, que me deixavam cada vez mais invisível naquele sofá cor de laranja, era como se ela estivesse arfando consigo mesma de tão impetuosa que se portava. Ao decorrer de sua fala incessante procurei os botões de volume do meu corpo para não mais ouvir os seus arranhões e passei a analisar o quão lúdico era o gestual dela.

Procurei em mim o motivo de toda aquela aquisição e nenhuma imagem vagotônica surgiu diante dos olhos. Quanto mais eu fazia força para roubar alguma lembrança de minha memória, mais não me lembrava quem eu era. Acabei por perceber que os meus instintos eram rememorados por aquela mulher que se dizia a subversiva da relação, ao passo que nos colocávamos como amantes infantis naquela discussão infame.

Ao percorrer tal pensamento, veio-me de súbito uma rara recordação de que aquele duelo único havia iniciado pelo pequeno simples fato de eu ter tido a coragem de desafiá-la quando não mais quis ser o submisso do jogo lascivo que ela propunha...

(quem sabe um dia termina-lo-ei... rs)

"O inferno é a boca que morde e come a carne viva que tem sangue, e quem é comido uiva com o regozijo no olho: o inferno é a dor como o gozo da matéria." (A Paixão segundo G.H. - Clarice Lispecto)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Apaguei o passado daqui, para um novo recomeço.... Um dia quem sabe.. volto aqui....